Soneto da morte

Author: Heitor de Oliveira /


As vezes parado durante o dia
Meus olhos se fecham num mar escuro
Reflexões me abatem em agonia
E devaneio invade o meu sonho puro

Uma gota em lágrima rola ao rosto
Torna o real em um estranho fosco
A angústia me toma de um modo tosco
E arranca do mundo tudo o que eu gosto

Desesperado em procura ao que resta
Não sei achar maneira que não esta
De dizer o que tento parar de sentir

Se não fujo ao papel que aqui está
Me entrego de vez a essa vida má
E deito e espero o fim que há de vir


1 comentários:

Professor Antônio R. disse...

A diferença entre "angústia" e "pavor" é que no "pavor" conhecemos o objeto temido enquanto na angústia nem fazemos ideia da causa de nosso sofrimento.Uma das soluções é a poesia, que organiza e cria um enfrentamento para a completa impermanência do mundo.

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