Embora com os ventos

Author: Heitor de Oliveira /

Amor de longe não é solidão

É um pesar no peito daquele que ama
Traz choro, dor, lembranças, tensão...
Mas é belo em si quando perto a saudade sana

Errado quem pensa que a distância é coisa desses tempos
Esse amor vem de longe, mais longe que a distância que o separa
Como diriam as mulheres em suas cantigas albas e suas taras
Vem o dia amanhecer e saudade te leva embora, como os barcos pelos ventos

Escrevi cartas de amor à minha amada
Quando longe pela estrada
Viajava para casa

Deixei as lágrimas rolarem o papel amassado
Olhei ao redor dos acabados
E me perguntei será que amor é esse, que me deixa assim calado

Quando as curvas me jogavam na janela
Eu enxergava o rosto dela
Que sumia vagamente pela estrada quase bela

Achei que era coisa do meu tempo
Amor de longe, sufocante e sem alento
Pesado e bravo e muito lento

E esses pensamentos escreveram minha poesia
Que uma vez foi heresia
Frente aos olhos de quem não sabia

Mas minha amada sabia como ninguém
Que esse amor não era coisa dessa época
E me escreveu duas estrofes
Que eu repito a cada dia


Amor de longe não é solidão
É um pesar no peito daquele que ama
Traz choro, dor, lembranças, tensão...
Mas é belo em si quando perto a saudade sana

Errado quem pensa que a distância é coisa desses tempos
Esse amor vem de longe, mais longe que a distância que o separa
Como diriam as mulheres em suas cantigas albas e suas taras
Vem o dia amanhecer e a saudade te leva embora, como os barcos pelos ventos.


Dedicado a ti, Esperança.


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